segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Na passagem de mais um “9 de Outubro”... Sociedade preocupada com o futuro dos serviços de correio


Há pouco menos 20 anos, os Correios lideravam enquanto factor universal de união, tanto ao nível de instituições, como também familiar ou pessoal. Tal como o número de telefone, era o número da caixa postal referência obrigatória dos cartões de visita e da troca de endereços no geral. Hoje, porém, em Angola, o serviço de correio postal tem sido relegado ao penúltimo plano, perante o colossal progresso das tecnologias de informação e comunicação.
As correspondências enviadas em métodos convencionais pelos Correios de Angola continuam a ser definidas pelo seu peso em função da via quer seja normal, registada ou correio azul, de acordo com a Chefe adjunta da Estação Posto da Vila Alice, Suzana Jambela, ouvida pela televisão estatal. “A via normal não tem urgência e pode levar 8 dias, por registo a correspondência é segura e entregue ao destinatário mas já leva 4 dias ao passo que o Correio azul também é uma via urgente”, disse ao «Ecos e Factos».
Por esta razão as salas de Internet também são uma componente das Estações e têm levado muita gente a troca de correios através dos meios electrónicos de acordo com o responsável desta área da Estação postal da Vila Alice Edson Silva, Luanda. “Há pessoas que fazem negócios e recorrem a esta sala para trocar correspondências ou mandar um e-mail (correio electrónico), para um amigo que esta fora do país”, disse.
Este “brinquedo novo” que atende pelo nome de informação digital no mundo globalizado absorve a mesma energia de adolescentes e jovens ávidos de aventura e curiosidade, um instinto cíclico, tal como acontecia outrora em que era moda dedicar-se à correspondência com o mundo ocidental em busca de amizades, prendas, postais de atletas e emblemas dos principais clubes do campeonato português de futebol.
Entretanto, o mundo digital não é o único concorrente feroz dos serviços convencionais de correios. Se por um lado, face à insegurança durante o conflito armado, os serviços de correios viram-se forçados a confinarem a sua acção nas zonas urbanizadas, e que, por outro lado, os cinco anos sem guerra são insuficientes para a recuperação e expansão do serviço de correios por toda imensa Angola e além fronteira, tal facto deu oportunidade a outras iniciativas.
Na verdade, os ventos da industrialização, cada vez mais velozes, fizeram surgir no mercado angolano outros agentes com larga experiência internacional no ramo, das quais a DHL é de forte presença, com o seu célebre serviço de entrega domiciliar. Não sendo tudo, há a considerar, outrossim, o interesse de algumas companhias de aviação que operam no país. Se as companhias aviadoras antes eram a ponte entre o CTT e a satisfação dos seus clientes, hoje porém estas meteram a mão na massa.
O Boletim "A voz do Olho" sabe que o Plano Director dos Correios de Angola almeja operacionalizar 124 Estações Postais em todo país, incluindo de 69 que foram destruídas pela guerra.

Sem comentários:

Dê suas mãos às comunidades!

Há sensivelmente trinta quilômetros da cidade ferro-portuária do Lobito, na direcção Norte, entre montanhas, situa-se a localidade da Ha...