quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Jovens da Santa Cruz mudam o mundo

Desde Junho último, cerca de 15 jovens de ambos os sexos decidiram dar corpo ao seu dever de servir a sociedade com o pouco que podem fazer e com o muito que desejam aprender. De forma voluntária, dedicam-se ao aperfeiçoamento do teatro de intervenção, dando ênfase à promoção da educação cívica e à saúde pública.
Em fase embrionária ainda, o Grupo Teatral da Santa Cruz é constituído por jovens moradores do bairro com o mesmo nome, alguns dos quais mantêm, desde 2004, uma relação de voluntariado com a AJS. As oportunidades de participarem de debates e sessões de capacitação fizeram os jovens adoptar o teatro, não só como expressão de arte, mas também uma estratégia na veiculação de mensagens para atitudes pessoais e sociais construtivas. Pode ser que o grupo consiga singrar, ou, quiçá, dispersar-se, mas o certo mesmo é que marcaram o passo decisivo, o de começar. É mais uma demonstração de que ser cidadãos não é sentar-se e só criticar, mas é, sobretudo, contribuir com ideias e acções para o desenvolvimento da sociedade. É com pequenas mas sucessivas conquistas que se muda o mundo!
Félix Rodrigues “Guy” é apenas um deles que, pela dedicação e interesse, foi convidado a integrar a turma de activistas e actores de teatro radiofónico do programa radiofónico “Viver para Vencer”, emitido através da Rádio Morena, às terças-feiras, pela equipa dos projectos “Viver contra a Sida-3, Cidadania e Saúde Preventiva” e “Palmas da Paz”. No dizer de Guy, um dos dinamizadores, «o sonho deste grupo é de levar a arte aos pontos mais altos de toda a sociedade, de modo a educar e mudar comportamentos negativos que nos atingem, e ser um dos melhores grupos de teatro», revelou.
«A dificuldade que temos com o teatro de rádio é mais o medo de errar, porque sabemos que muita gente vai ouvir e ficamos com esse medo. É questão de tempo», disse. Bem, se no teatro radiofónico já fizeram história, no palco porém é ainda grande a maré por vencer, destacando-se o medo de enfrentar o público e o posicionamento da voz. «O momento mais difícil foi quando o grupo foi convidado a apresentar uma peça alusiva à eleição do “Mister Santa Cruz». A peça apresentada teve como titulo “Quando os pais não existem”, retratava a delinquência Juvenil. «Houve muita pressão no momento da apresentação, por parte dos organizadores. O cenário criado pelos organizadores não possibilitou a apresentação da peça em condições, pelo que tivemos que encurtar a peça», lembrou o nosso interlocutor.
Curiosamente, foi no mesmo recinto onde o grupo experimentou o momento mais gratificante. «Foi quando o grupo apresentou uma peça no dia 28/10, com o título “O inimigo da Família”. Isto porque foi a primeira vez que apresentamos uma peça comunitária no mesmo bairro, o grupo foi bem recebido pelo público e o mesmo reconheceu que foi um sucesso» confessou.

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