Manhãs que nos levantarão desse tédio, e nos reabrirão o
portão da vida, sem as luvas do medo nas mãos
Manhãs que nos devolverão a enxada do labor, e que nos
enxugarão do rosto o suor, sem a paranóia da água com sabão
Ainda restam manhãs que nos trarão a quentura daquele
abraço, algemado na estúpida ânsia do tal de confinamento
Restam
aquelas manhãs,
molhadinhas
no chuvisco bucal de beijos que já se fartaram de tanto jejuar
Ainda restam
passeios de mãos dadas à beira mar, descalçados na morna conexão entre o
cintilar da areia e o piscar do sol
Restam chãos riscados no compasso gingar de corpos
bailarinos, arrepiados na celebração do funeral desse vírus papão
Ainda restam lembranças por partilhar, lágrimas amargas por
enxugar, feridas abertas por cicatrizar, e peitos apertados por suspirar!
Por: eUzInHo
(facebook: Edmundo Francisco
Francisco)
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