Na véspera da comemoração do dia Mundial de Luta Contra a Sida, as autoridades angolanas revelaram que pelo menos 30 mil cidadãos vivem com o vírus da doença. As estatísticas surgem numa altura em que a sociedade digere denúncias segundo as quais pessoas bem informadas e identificadas estariam a expandir propositadamente o vírus, recorrendo, quando muito, à fragilidade moral de raparigas ávidas por vantagens económicas.
A 58ª edição do programa “Viver para Vencer”, emitido a 27/11, incidiu sobre “A Situação do VIH/Sida em Angola”, tendo como convidada a Coordenadora de Benguela da ONG espanhola “Médicos del Mundo” (MDM), Concha Fernandes (na foto), que no litoral de Benguela apoia os Centros de Aconselhamento e Testagem Voluntária (Catv), para além do acompanhamento psicossocial aos seropositivos.
Concha revelou que actualmente os centros não conseguem satisfazer no seu todo a avalanche de pessoas interessadas em determinar a sua condição serológica.
Embora o teste rápido não leve mais de 15 minutos, a sua natureza exige que o interessado passe por um aconselhamento prévio, de forma a estar preparado para o resultado, seja ele negativo ou positivo, pelo que «atender «mais de 20 pessoas por dia é impossível», esclareceu a responsável da MDM
E não são poucos os casos de pessoas que recuam da decisão após o aconselhamento. «É muita gente que chega, fazemos o pré-aconselhamento, perguntamos se tem a certeza de que quer fazer o teste e diz ‘épá, não, muito obrigado pela informação, mas hoje não’ e vai embora», revelou Concha.
A história algum dia há-de explicar o segredo do erro, ao ponto de, não obstante tanto esforço na prevenção e investigação científica para a descoberta da cura, continuar a aumentar a vitimar tanta gente a Sida. Este ano por exemplo, fazendo fé no relatório epidemiológico da OnuSida, cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o VIH. Destes 22,5 milhões são da África subsariana. Foram ainda diagnosticadas 1,7 milhões de novas infecções e, como o paradigma ainda não mudou, as mulheres são a parte mais assolada.
Concha Fernandes diz ser cada vez mais possível controlar os índices de seroprevalência no mundo desde que mais cinco nações africanas (entre elas Angola) e a Índia, que é um país bastante populoso, passaram a fornecer regularmente os seus relatórios às Nações Unidas. E reconhece: «Também é devido ao grande esforço que estamos a fazer todos, os ministérios, os governos de todos os países, a sociedade civil».
Questionada se um conselheiro podia acompanhar um seropositivo a casa, se por este solicitado, com o fito de mobilizar a família perante a sua condição, Concha diz não haver problema, sendo que o contrário também é válido. Ou seja, o conselheiro pode convidar a família e fazer a mobilização no centro de aconselhamento. De resto, contou, um grupo de técnicos da Associação de Luta pela Saúde (Alps) é o braço direito da MDM, o qual se encarrega da componente aconselhamento, testagem, acompanhamento, tanto à unidade de tratamento como também psicossocial.
Entretanto, Concha não deixou de lembrar que o baixo nível de escolaridade, sobretudo nas zonas do interior, é dos maiores obstáculos na promoção da saúde pública.
A 58ª edição do programa “Viver para Vencer”, emitido a 27/11, incidiu sobre “A Situação do VIH/Sida em Angola”, tendo como convidada a Coordenadora de Benguela da ONG espanhola “Médicos del Mundo” (MDM), Concha Fernandes (na foto), que no litoral de Benguela apoia os Centros de Aconselhamento e Testagem Voluntária (Catv), para além do acompanhamento psicossocial aos seropositivos.
Concha revelou que actualmente os centros não conseguem satisfazer no seu todo a avalanche de pessoas interessadas em determinar a sua condição serológica.
Embora o teste rápido não leve mais de 15 minutos, a sua natureza exige que o interessado passe por um aconselhamento prévio, de forma a estar preparado para o resultado, seja ele negativo ou positivo, pelo que «atender «mais de 20 pessoas por dia é impossível», esclareceu a responsável da MDM
E não são poucos os casos de pessoas que recuam da decisão após o aconselhamento. «É muita gente que chega, fazemos o pré-aconselhamento, perguntamos se tem a certeza de que quer fazer o teste e diz ‘épá, não, muito obrigado pela informação, mas hoje não’ e vai embora», revelou Concha.
A história algum dia há-de explicar o segredo do erro, ao ponto de, não obstante tanto esforço na prevenção e investigação científica para a descoberta da cura, continuar a aumentar a vitimar tanta gente a Sida. Este ano por exemplo, fazendo fé no relatório epidemiológico da OnuSida, cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o VIH. Destes 22,5 milhões são da África subsariana. Foram ainda diagnosticadas 1,7 milhões de novas infecções e, como o paradigma ainda não mudou, as mulheres são a parte mais assolada.
Concha Fernandes diz ser cada vez mais possível controlar os índices de seroprevalência no mundo desde que mais cinco nações africanas (entre elas Angola) e a Índia, que é um país bastante populoso, passaram a fornecer regularmente os seus relatórios às Nações Unidas. E reconhece: «Também é devido ao grande esforço que estamos a fazer todos, os ministérios, os governos de todos os países, a sociedade civil».
Questionada se um conselheiro podia acompanhar um seropositivo a casa, se por este solicitado, com o fito de mobilizar a família perante a sua condição, Concha diz não haver problema, sendo que o contrário também é válido. Ou seja, o conselheiro pode convidar a família e fazer a mobilização no centro de aconselhamento. De resto, contou, um grupo de técnicos da Associação de Luta pela Saúde (Alps) é o braço direito da MDM, o qual se encarrega da componente aconselhamento, testagem, acompanhamento, tanto à unidade de tratamento como também psicossocial.
Entretanto, Concha não deixou de lembrar que o baixo nível de escolaridade, sobretudo nas zonas do interior, é dos maiores obstáculos na promoção da saúde pública.
Boletim "A Voz do Olho", edição de Novembro 2007
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