O Chefe do Departamento de Prevenção Rodoviária da Direcção Provincial de Viação e Trânsito, Inspector Pinto Caimbambo, denunciou que a negligência está na base da maioria dos acidentes que se assistem nas estradas. Enquanto isso, os mototaxistas, vulgo kupapatas, representam 40 por cento dos acidentes, ao contrário de automobilistas do sexo feminino, cuja taxa de acidentes é quase nula.
«A situação da sinistralidade rodoviária na nossa província, e no nosso país em geral, é bastante preocupante», considerou o Inspector Caimbambo, apontando entre os factores um certo entusiasmo da parte dos automobilistas dada a melhoria que se verifica um pouco por todo o país nas estradas. “Isto provoca com que os homens aumentem a sua auto-estima e, se calhar, considerem que os seus veículos são os melhores e tentam dar o máximo. E isto tem causado consequências bastante graves”, considerou o Inspector Caimbambo ao participar do debate sobre “Os acidentes na estrada”, que foi tema da 55ª edição do programa radiofónico “Viver para Vencer, oferecido pela AJS através da Rádio Morena, no passado dia 08/11.
Da mesma opinião partilha Simão Marques, membro da AJS. «Num outro ponto - disse - eu acho que talvez é a ignorância dos próprios condutores que passam por cima da lei».
«Penso que é um problema de mentalidade dos homens do volante. E penso que temos que mudar porque senão vamos continuar a morrer ingloriamente. Porque em quase todos acidentes registados há sempre uma transgressão: se não é excesso de velocidade, é falar ao telefone ou ter a música demasiado alta», denunciou o Inspector, para a seguir surpreender: «Eu faço uma apreciação positiva, sobretudo da parte das senhoras, hoje. No nosso balanço em termos de acidentes de viação, o número de mulheres é quase zero. Se calhar, eu consideraria as mulheres de mais prudentes. Porque, a mulher, quando estiver a aproximar uma viatura, mesmo com prioridade, não avança. As mulheres são as melhores condutoras que temos hoje».
Mas são os acidentes a principal causa de mortes ou a débil capacidade de resposta dos serviços de urgência? Este é um debate “incómodo” suscitado por vários intelectuais e observadores atentos, por exemplo na realidade de Portugal, que questionam se os acidentes é que são mortais ou se a capacidade de resposta dos serviços de emergência é que, às vezes, não chega tarde demais... quando chega.
A mesma questão foi colocada ao Chefe dos Serviços de Urgência do Hospital Central de Benguela, Ernesto Gomes, que avançou que «os serviços de saúde a todos os níveis estão criando condições cada vez mais para que esses casos de acidentes tenham a sua condição rapidamente suprida». E para os casos de acidentes que aconteçam longe dos bancos de urgência, «o hospital Central de Benguela está apetrechado de ambulâncias. Tem acontecido que, nalguns casos de acidentes, pessoas de boa fé comunicam ao banco de urgência e nós movimentamos uma ambulância para a busca do sinistrado e levamos para a área mais próxima», revelou, pondo à disposição do público o terminal telefónico 917 335 308, o de emergência hospitalar.
Quanto ao argumento de muitos automobilistas que se recusam prestar socorro com suas viaturas temendo serem apontadas como culpados do acidente, o Inspector Pinto Caimbambo garantiu que os dados recolhidos pela polícia servem apenas para completar as formalidades de ocorrência, sendo que em caso de inconsciência do sinistrado o automobilista serve apenas de contacto. Entretanto lamentou também haver casos de automobilistas que atropelam e se fazem passar por inocentes.
E como a figura do kupapata é já uma referência obrigatória em qualquer análise dos fenómenos do trânsito em Angola, foi solicitado do representante do Comando Provincial da Polícia Nacional um pronunciamento sobre a medida mais badalada, que é o uso do capacete. «É uma medida que está a ser acolhida mal, mas era bom que as pessoas nos compreendessem. A nossa intenção não é criarmos o desconforto às pessoas, é sim evitar as mortes na via pública”, lembrou. «Porque, se imaginássemos que uma mota, uma Delop que percorre uma velocidade instantânea de cerca de 70 km/h, ao embater contra um animal, qual seria o impacto da queda dos utentes da mota?», indagou.
Sem contudo revelar dados estatísticos locais, aquele oficial da Viação e Trânsito adiantou que, em termos percentuais, as motas contribuem com cerca de 40 por cento de acidentes registados semanalmente pela Polícia Nacional em Benguela. A causa é a «inobservância das regras de trânsito, logicamente, porque as ultrapassagens são feitas à direita e quando o automobilista tenta dar por si, já está envolvido num acidente», descreveu.
A nível dos bancos de urgência o quadro é dramático: «Podemos considerar 24 horas por dia. Não há sequer hora que se descanse nos bancos de urgência, área de pequenas cirurgias. E esta situação está a provocar muitas deformações e deficiências ao ser humano. Se nós tivéssemos que convocar todos aqueles que passam por estes acidentes, haveriam de ver que é um número grande de engessados. E é uma preocupação grande, que, de facto, casos de acidentes rodoviários passam a ser problema de saúde pública», concluiu Ernesto Gomes.
«A situação da sinistralidade rodoviária na nossa província, e no nosso país em geral, é bastante preocupante», considerou o Inspector Caimbambo, apontando entre os factores um certo entusiasmo da parte dos automobilistas dada a melhoria que se verifica um pouco por todo o país nas estradas. “Isto provoca com que os homens aumentem a sua auto-estima e, se calhar, considerem que os seus veículos são os melhores e tentam dar o máximo. E isto tem causado consequências bastante graves”, considerou o Inspector Caimbambo ao participar do debate sobre “Os acidentes na estrada”, que foi tema da 55ª edição do programa radiofónico “Viver para Vencer, oferecido pela AJS através da Rádio Morena, no passado dia 08/11.
Da mesma opinião partilha Simão Marques, membro da AJS. «Num outro ponto - disse - eu acho que talvez é a ignorância dos próprios condutores que passam por cima da lei».
«Penso que é um problema de mentalidade dos homens do volante. E penso que temos que mudar porque senão vamos continuar a morrer ingloriamente. Porque em quase todos acidentes registados há sempre uma transgressão: se não é excesso de velocidade, é falar ao telefone ou ter a música demasiado alta», denunciou o Inspector, para a seguir surpreender: «Eu faço uma apreciação positiva, sobretudo da parte das senhoras, hoje. No nosso balanço em termos de acidentes de viação, o número de mulheres é quase zero. Se calhar, eu consideraria as mulheres de mais prudentes. Porque, a mulher, quando estiver a aproximar uma viatura, mesmo com prioridade, não avança. As mulheres são as melhores condutoras que temos hoje».
Mas são os acidentes a principal causa de mortes ou a débil capacidade de resposta dos serviços de urgência? Este é um debate “incómodo” suscitado por vários intelectuais e observadores atentos, por exemplo na realidade de Portugal, que questionam se os acidentes é que são mortais ou se a capacidade de resposta dos serviços de emergência é que, às vezes, não chega tarde demais... quando chega.
A mesma questão foi colocada ao Chefe dos Serviços de Urgência do Hospital Central de Benguela, Ernesto Gomes, que avançou que «os serviços de saúde a todos os níveis estão criando condições cada vez mais para que esses casos de acidentes tenham a sua condição rapidamente suprida». E para os casos de acidentes que aconteçam longe dos bancos de urgência, «o hospital Central de Benguela está apetrechado de ambulâncias. Tem acontecido que, nalguns casos de acidentes, pessoas de boa fé comunicam ao banco de urgência e nós movimentamos uma ambulância para a busca do sinistrado e levamos para a área mais próxima», revelou, pondo à disposição do público o terminal telefónico 917 335 308, o de emergência hospitalar.
Quanto ao argumento de muitos automobilistas que se recusam prestar socorro com suas viaturas temendo serem apontadas como culpados do acidente, o Inspector Pinto Caimbambo garantiu que os dados recolhidos pela polícia servem apenas para completar as formalidades de ocorrência, sendo que em caso de inconsciência do sinistrado o automobilista serve apenas de contacto. Entretanto lamentou também haver casos de automobilistas que atropelam e se fazem passar por inocentes.
E como a figura do kupapata é já uma referência obrigatória em qualquer análise dos fenómenos do trânsito em Angola, foi solicitado do representante do Comando Provincial da Polícia Nacional um pronunciamento sobre a medida mais badalada, que é o uso do capacete. «É uma medida que está a ser acolhida mal, mas era bom que as pessoas nos compreendessem. A nossa intenção não é criarmos o desconforto às pessoas, é sim evitar as mortes na via pública”, lembrou. «Porque, se imaginássemos que uma mota, uma Delop que percorre uma velocidade instantânea de cerca de 70 km/h, ao embater contra um animal, qual seria o impacto da queda dos utentes da mota?», indagou.
Sem contudo revelar dados estatísticos locais, aquele oficial da Viação e Trânsito adiantou que, em termos percentuais, as motas contribuem com cerca de 40 por cento de acidentes registados semanalmente pela Polícia Nacional em Benguela. A causa é a «inobservância das regras de trânsito, logicamente, porque as ultrapassagens são feitas à direita e quando o automobilista tenta dar por si, já está envolvido num acidente», descreveu.
A nível dos bancos de urgência o quadro é dramático: «Podemos considerar 24 horas por dia. Não há sequer hora que se descanse nos bancos de urgência, área de pequenas cirurgias. E esta situação está a provocar muitas deformações e deficiências ao ser humano. Se nós tivéssemos que convocar todos aqueles que passam por estes acidentes, haveriam de ver que é um número grande de engessados. E é uma preocupação grande, que, de facto, casos de acidentes rodoviários passam a ser problema de saúde pública», concluiu Ernesto Gomes.
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